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A vida de Pi review

Ihain Gatas,
Em temporada de Oscar faço meu papel cult e dessa vez o escolhido foi "A vida de Pi", que acaba sendo uma metáfora sobre drama familiar, uma ruptura drástica que gerou um pesado desafio moral e físico para nosso herói naufrago, Piscine

O filme é uma versão do premiado romance, A Vida de Pi, adaptada por David Magee, a história fala da busca de um autor canadense Yann Martel (imagina-se o próprio autor do livro), que vai atras de Pi após um indiano lhe dizer que sua história o faria acreditar em Deus.


Piscine Molitor Patel (Irrfan Khan), é um professor de filosofia, que tem várias religiões ao mesmo tempo (hinduísmo, cristianismo e islamismo), que se vê forçado a abandonar sua terra natal depois que seu pai se vê impossibilitado de manter o zoológico da família, lugar onde ele nasceu.

Seu pai decide ir com a família e todos os animais para o Canadá, em um cargueiro japonês, praticamente uma nova Arca de Noé.  Na Fossa das Marianas, a parte mais profunda do Pacífico, porém, o navio acaba como o Titanic, afundando, transformando-o num dramático naufrago.


Após o naufrágio ele consegue ficar num bote salva-vidas com uma zebra, uma hiena, um orangotango fêmea e o gigantesco tigre de Bengala, Richard Parker, dando inicio a uma jornada épica de 227 dias no mar que acabam sendo um teste físico, mental e de fé.

O filme é um espetáculo visual, Lee e sua equipe de técnicos fazem do filme algo tão real que parece que você esta na cena. É um realismo mágico, surpreendente aos olhos, que acaba por levantar questões teleológicas através de suas metáforas e analogias.


O filme é sobre formas de se contar uma historia, sobre a construção, não da verdade, mas da arte de narração, como Pi constrói sua historia, sua apreensão de uma vivencia através do lirismo de seus olhos.

É um conto de coragem, persistência, auto-domínio, desespero e entrega total àquilo em que se acredita, melhor, o filme trabalha a duplicidade entre aquilo que vemos e o que não vemos, entre aquilo em que acreditamos e aquilo em que escolhemos não acreditar na nossa vida.
Confere o trailer:



O mais legal é que o filme questiona e sugere, embora Pi tenha uma posição tomada, ele deixa ao espectador um terreno vazio e limpo para que cada um escolha seu caminho, no que vai acreditar e no que quer construir como verdade. Cabe a gente escolher entre a fantasia e o real, entre as nossas próprias convicções e o limite de nossa crença.

Acho que a maior valia do filme foi a perspectiva de que não precisamos ter uma interpretação de Deus ou de religiosidade pré determinada, mas que cabe a cada um decidir naquilo que quer acreditar.
O filme não é sobre religião, mas sobre a resistência humana tanto física quanto mental. 

#FikaDika#
Beijinhos !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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